sexta-feira, 22 de julho de 2022
O Itabuna de 1970, uma lição de como vencer a crise
Por Walmir Rosário - Até hoje o Itabuna Esporte Clube de 1970 é lembrando como um símbolo da prática do bom futebol, embora muitos torcedores não se lembrem da história – real – do campeonato baiano daquele ano. E esta crônica tem o dever moral de ampliar junto aos torcedores – daquela época ou os mais novos – o conhecimento dos bastidores do futebol baiano, como um todo, e do Itabuna, em particular. Na crônica “Gabriel Nunes, o comandante do Itabuna de 1970”, fui questionado sobre os grandes times do Itabuna e muitos torcedores ligam a grande equipe formada em 1969, um verdadeiro timaço que foi desfeito com a renúncia da diretoria no começo de 1970. De repente, a fonte secou para o Azulão, o Meu Time de Fé. As torneiras que despejavam recursos vindos de cacauicultores e pecuaristas foram fechadas abruptamente. Se puxarmos pela memória, conseguiremos lembrar que o futebol profissional baiano do interior sempre foi marcado por crises. Sem planejamento, os rios de dinheiro despejados pelos benfeitores para a contratação de jogadores do eixo Rio-São Paulo secavam com a falta de vitórias nos campeonatos. Se tínhamos uma torcida fanática e fiel, nos faltavam a continuidade administrativa, a boa gestão. Em 1969, um grupo de produtores rurais montou um timaço, desfeito assim que o resultado pretendido não foi alcançado. Almejavam a conquista do campeonato baiano, que não veio. Mas como seria uma desmoralização para a cidade o Itabuna Esporte Clube sair do profissionalismo, pessoas influentes e o Conselho Deliberativo se reuniram em assembleia na Cooperativa Mista dos Fazendeiros para decidir os novos rumos.
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