domingo, 9 de abril de 2023

Rede Solidária com participação da UNEB possibilita difusão de sementes Crioulas em comunidades da Chapada Diamantina

“Construção de Rede Solidária na Preservação das Sementes Crioulas na Agricultura Familiar do Território de Identidade de Irecê -TII”, iniciativa da Universidade Estadual da Bahia - UNEB, fez-se presente no projeto Resiliências Climáticas e alcançou comunidades tradicionais em Morro do Chapéu. Em entrevista, a Professora Maria Dorath Sodré relata a importância da construção de redes para trocas de sementes crioulas para “qualidade do alimento a ser produzido, do reconhecimento dos saberes dos agricultores, das condições biogenéticas da fauna e flora adaptada ao ambiente específico, a biodiversidade e, especialmente, por permitir ações que possam assegurar soberania e segurança alimentar”. As sementes crioulas são, normalmente, fornecidas por agricultores familiares e, em seguida, é aplicado teste de transgenia pela UNEB campus Irecê. Durante a Formação em Análise e Gestão de Dados Socioambientais do Projeto Resiliências Climáticas, as comunidades participantes do projeto, entre elas Ouricuri II, Passagem Velha, Veredinha, receberam sementes crioulas da Rede Solidária. Como resposta, alguns dos participantes forneceram novas sementes,perpetuando a troca para novos testes. A professora ressalta que uma das características comuns da origem destas sementes é a ancestralidade, pois, normalmente, os agricultores identificam seus pais e avós como responsáveis pelos primeiros cultivos. A troca de sementes crioulas é identificada pelo Resiliências Climáticas como uma boa prática, respeitando o saber ancestral e a soberania alimentar. Para o projeto, “boas práticas trazem a soma de aprendizados das memórias que formam o agora. Ou seja, elas conectam o que estou vivendo agora com o que mudou”, comenta Rafael Freire, coordenador do projeto. É ainda produto do projeto Resiliências Climáticas, o fortalecimento da capacidade de implementação de boas práticas de adaptação às mudanças climáticas contextualizadas aos desafios socioambientais dos biomas Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e área costeira, por parte dos grupos vulneráveis. As fotos abaixo representam a presença da troca de sementes com a Professora Dorath durante o encontro formativo e, posteriormente, o momento do cultivo e a colheita da produção de milho. As novas sementes serão novamente testadas para continuidade do projeto. Resiliências Climáticas é um projeto realizado em parceria por Cospe e Gambá, co-financiado pela União Européia, com o objetivo de valorizar as boas práticas de adaptação à mudança do clima em áreas costeiras e nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga baianos. Atualmente, o projeto está no seu segundo ano e finalizou recentemente a primeira fase de formação. Nos próximos passos do projeto, estão previstos desenvolvimento de Planos Locais de Adaptação às Mudanças Climáticas; formação para desenvolvimento e submissão de projetos; publicação com mapeamento de boas práticas, entre outros.

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