Caracterizada como uma doença inflamatória que afeta as glândulas mamárias do gado leiteiro, a mastite bovina causa um prejuízo anual de até 1,75 bilhão de litros de leite no Brasil. Pesadelo dos pecuaristas, ela também é responsável por 70% das perdas totais, uma vez que a progressão da condição pode levar os bovinos à morte natural ou à necessidade de sacrifício. Os dados são de uma pesquisa publicada pela UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná) em 2022. Atualmente, o Brasil é o 6º maior produtor mundial de leite, com, aproximadamente, 35 bilhões de litros anuais. Os prejuízos financeiros decorrentes da doença têm forte impacto na economia do país, comprometendo o mercado (inter)nacional. Segundo a Embrapa Gado de Leite, vacas infectadas com mastite podem deixar de produzir até três litros por dia. Este número pode chegar a um déficit de impressionantes 1.095 litros ao ano por animal. “A mastite bovina é causada, principalmente, por bactérias patogênicas intramamárias. Há dois tipos da doença, a clínica e a subclínica. A primeira é quando conseguimos observar alterações no leite e no próprio animal, como edemas, febre, diminuição do apetite, dor e endurecimento das mamas, pus, sangue ou outras alterações no líquido. Já a outra se apresenta como silenciosa, não sendo detectada a olho nu, somente por testes de controle de qualidade”, afirma o médico veterinário Marcos Ferreira, gerente de Produto Pecuária da Ucbvet Saúde Animal. O exame mais usado para o diagnóstico da mastite subclínica é feito via instrumentos que mostram os valores da CCS (Contagem de Células Somáticas). Números acima de 200 mil células/ml indicam que a saúde da mama do animal está comprometida. Há, também, o exame CMT (California Mastitis Test), que consiste na reação entre a mistura de uma amostra de leite e um reagente químico. Assim, em caso da formação de um gel, o resultado é positivo.
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