Estigmatização, sexualidade e intervenção psicológica
Boa parte das vezes, a questão da fertilidade é vista como um ponto de viragem, em que se passa de um indivíduo ou casal para a formação de uma família. Desse modo, enfatizou a psicóloga, ter um filho vai ao encontro de concretizar o futuro e transmitir seus valores, configurando-se como algo muito simbólico principalmente para a mulher, que deseja vivenciar a barriga crescendo e toda a mudança que a gestação oportuniza. “A maternidade é tecida no seio social como uma conquista de se ser mulher e uma etapa quase que intrínseca ao existir feminino. Por isso, ela assume um viés estigmatizante do ponto de vista das expectativas da sociedade, que muitas vezes passa a cobrar isso delas, aumentando o sofrimento. A própria questão da feminilidade pode ser encarada como muito próxima da fertilidade. Então, quando há a incapacidade de gerar um filho, muitas se sentem como se fossem 'menos mulher', conforme acompanhamos em nosso dia a dia de atendimento”, afirmou Mikeller. Problemas ao nível da sexualidade também representam um desafio. “As relações sexuais podem ganhar um novo tom: um momento tão íntimo e que deveria ser pautado no prazer, acaba se tornando uma fonte de ansiedade e desconforto, já que, muitas vezes, o casal passa a programar as relações para o período fértil – quando há mais chances de engravidar. Isso pode contribuir para que a relação seja vista como algo maquinal, prejudicando a intimidade e desgastando o relacionamento”, explanou. Assim, para algumas mulheres, num ponto extremo, a infertilidade pode significar não só a perda da autoestima, mas da segurança financeira, da capacidade de se projetar no futuro e às vezes até mesmo da relação. Por isso, de acordo com Mikeller, a intervenção psicológica precisa estar atenta no sentido de contemplar as várias faces do problema, sejam sociais, mentais ou conjugais, podendo contribuir para uma melhoria na qualidade de vida dessas mulheres, colaborando para que atravessem isso de forma mais amena. “Ter um acompanhamento multiprofissional é fundamental para influenciar positivamente a forma que a mulher se relaciona consigo e com seu corpo, promovendo também práticas centradas no bem-estar físico e em sensações prazerosas”, finalizou Mikeller.
Boa parte das vezes, a questão da fertilidade é vista como um ponto de viragem, em que se passa de um indivíduo ou casal para a formação de uma família. Desse modo, enfatizou a psicóloga, ter um filho vai ao encontro de concretizar o futuro e transmitir seus valores, configurando-se como algo muito simbólico principalmente para a mulher, que deseja vivenciar a barriga crescendo e toda a mudança que a gestação oportuniza. “A maternidade é tecida no seio social como uma conquista de se ser mulher e uma etapa quase que intrínseca ao existir feminino. Por isso, ela assume um viés estigmatizante do ponto de vista das expectativas da sociedade, que muitas vezes passa a cobrar isso delas, aumentando o sofrimento. A própria questão da feminilidade pode ser encarada como muito próxima da fertilidade. Então, quando há a incapacidade de gerar um filho, muitas se sentem como se fossem 'menos mulher', conforme acompanhamos em nosso dia a dia de atendimento”, afirmou Mikeller. Problemas ao nível da sexualidade também representam um desafio. “As relações sexuais podem ganhar um novo tom: um momento tão íntimo e que deveria ser pautado no prazer, acaba se tornando uma fonte de ansiedade e desconforto, já que, muitas vezes, o casal passa a programar as relações para o período fértil – quando há mais chances de engravidar. Isso pode contribuir para que a relação seja vista como algo maquinal, prejudicando a intimidade e desgastando o relacionamento”, explanou. Assim, para algumas mulheres, num ponto extremo, a infertilidade pode significar não só a perda da autoestima, mas da segurança financeira, da capacidade de se projetar no futuro e às vezes até mesmo da relação. Por isso, de acordo com Mikeller, a intervenção psicológica precisa estar atenta no sentido de contemplar as várias faces do problema, sejam sociais, mentais ou conjugais, podendo contribuir para uma melhoria na qualidade de vida dessas mulheres, colaborando para que atravessem isso de forma mais amena. “Ter um acompanhamento multiprofissional é fundamental para influenciar positivamente a forma que a mulher se relaciona consigo e com seu corpo, promovendo também práticas centradas no bem-estar físico e em sensações prazerosas”, finalizou Mikeller.
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