sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Projeto cultural de intercâmbio em parceria com Théâtre Chaillot na França, Jogos de Encruzilhada em São Paulo

Com o cruzamento das linguagens do teatro, da dança e da ópera (música), o projeto de residência artística Jogos de Encruzilhada - Tempo, deslocamento e expansão, busca experienciar os dois territórios, Brasil e França, através de memórias transmitidas não só pela oralidade, mas também pelo corpo. O processo de pesquisa que resultará em um espetáculo foi idealizado pelas artistas Manu Figueiredo, Mariame Damba e Nila Clara. O público interessado em entrar em contato com o trabalho pode assistir à mostra de processo, em que cenas do futuro espetáculo serão apresentadas, no dia 6 de setembro, quarta-feira, 20h, no Teatro Aliança Francesa, com entrada gratuita. Também haverá uma mesa de discussão sobre o trabalho no dia 9 de setembro, sábado, 17h, no Bar A Ribeira (Alameda Ribeiro da Silva, 909). O espetáculo conta com gestualidades inspiradas em danças de países como a Guiné Conakri, a Martinica e o Senegal - antigas colônias francesas -, e do Brasil, com a dança dos Orixás. O coletivo composto por uma atriz, uma bailarina e uma cantora de ópera investiga, nesse processo criativo, formas de cruzamento de linguagens e pontos de encontro estéticos e culturais para gerar um espetáculo que fale de intimidade, mas também sobre a possibilidade de recontar uma narrativa a partir da encruzilhada. Segundo Manu Figueiredo, a apresentação traz trechos do espetáculo final em um formato que pretende criar um diálogo com o público. "Vamos abrir o processo na forma de um espetáculo ainda não acabado. Um rascunho piloto, com exibição de cenas que construímos em três semanas de trabalho e que foram resultado da nossa criação até aqui", conta a artista. A ideia surgiu a partir das pesquisas do jogo e da brincadeira como processo criativo de Manu Figueiredo, de novas metodologias criativas decoloniais afro-amazônicas de Nila Clara e foi somada posteriormente à de Mariame Damba, que trabalha em torno das danças da África e suas diásporas, ancestralidade e cura. Assim, as artistas buscam expandir a significação da história e como ela atravessa cada corpo que vive constantemente sendo olhado pelo sistema colonial. Durante a residência, cenas foram escritas, coreografias criadas e músicas compostas a fim de desenvolverem um roteiro que futuramente desembocará num espetáculo. A segunda parte da residência acontecerá no Rio de Janeiro e ainda em outubro e novembro, as artistas darão continuidade ao trabalho em Paris.

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