
Fernanda De Negri - Secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde
Com recomendação favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), quem convive com a doença pode receber mais duas pomadas para a pele (tacrolimo e furoato de mometasona) e um medicamento oral (metotrexato). As novidades permitem o cuidado desde as fases iniciais até quadros mais graves da doença. A dermatite atópica causa inflamação da pele, ocasionando lesões e coceiras intensas, dependendo da gravidade. A ampliação de acesso ao tacrolimo tópico para os pacientes do SUS é um benefício relevante, já que, por ser um medicamento de alto custo, seu acesso era mais restrito. O tacrolimo tópico e o furoato de mometasona poderão tratar pessoas que não podem utilizar corticóides ou apresentam resistência aos tratamentos até então disponíveis. Outra novidade é o metotrexato, utilizado no manejo da dermatite atópica grave, principalmente para pacientes que não podem utilizar a ciclosporina, medicamento já disponibilizado na rede pública.
TRATAMENTO ADEQUADO – “Um fator importante do tratamento é o enfrentamento a estigmas sociais impostos às pessoas que vivem com a condição, que, muitas vezes, convivem com preconceitos em vista das lesões visíveis na pele”, diz Fernanda De Negri, secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics). A secretária também pontua as implicações sociais por conta do preconceito causado pela doença.
Doença não contagiosa, a dermatite atópica é uma condição genética e crônica, caracterizada principalmente por coceira intensa e pele ressecada. Ela afeta especialmente as áreas de dobras do corpo, como a parte frontal dos cotovelos, atrás dos joelhos e o pescoço. É uma das formas mais comuns de eczema, prevalente na infância, embora também possa surgir na adolescência ou na fase adulta. Atualmente, a rede pública de saúde já oferece outras três opções de cuidado: duas pomadas para aplicação direta na pele, dexametasona creme (1 mg/g) e acetato de hidrocortisona creme (10 mg/g - 1%). Ambas são classificadas como de potência leve. Para casos mais graves, está disponível a ciclosporina, opção oral. https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2025/05/sus-passa-a-oferecer-tratamento-integral-para-dermatite-atopica