Durante o outono e com a aproximação do inverno, aumentam os casos de viroses e doenças oculares em São Paulo. A baixa umidade do ar, somada às quedas de temperatura, cria o cenário ideal para a proliferação de vírus e o agravamento de alergias que atingem os olhos. A conjuntivite viral lidera os atendimentos nesta época. “É a forma mais comum de conjuntivite durante o outono causada por um vírus que se dissemina com facilidade nesse período mais seco”, explica a oftalmologista Cecilia Farias, da Associação Israelita Fortunee de Picciotto. Ela alerta para o risco de contaminação em ambientes fechados e lembra que é essencial evitar o compartilhamento de objetos pessoais. Além da conjuntivite viral, o tempo seco também favorece o surgimento de outras condições, como a Síndrome do Olho Seco e a Meibomite. O uso prolongado de telas contribui para o ressecamento ocular, já que adultos e crianças tendem a piscar menos ao focar no computador. “Manter colírios lubrificantes ao lado do monitor é uma forma simples e eficaz de lembrar de hidratar os olhos”, orienta a médica.
Outro problema recorrente é a conjuntivite alérgica, que não é contagiosa, mas pode comprometer a qualidade de vida se não tratada. O frio e a baixa umidade estimulam quadros alérgicos que levam à coceira constante e aumentam o risco de infecções.
Para prevenir esses quadros, a médica recomenda aumentar a umidade do ambiente com o uso de umidificadores, evitar coçar os olhos e manter boa higiene das mãos e dos olhos. Usuários de lentes de contato devem ter ainda mais cuidado. “As lentes gelatinosas fazem com que os olhos retenham menos água, por isso é preciso reforçar a lubrificação com colírios específicos”, diz a oftalmologista.
Na Associação Israelita Fortunee de Picciotto, no centro de São Paulo, crianças em situação de vulnerabilidade recebem atendimento oftalmológico gratuito. No local, é possível acompanhar os pais aprendendo a cuidar da saúde ocular dos filhos. “A prevenção começa na infância. Ensinar desde cedo a importância da higiene dos olhos faz toda a diferença”, conclui Dra. Cecilia Farias.
A qualquer sinal de vermelhidão, dor ou ardência, a recomendação é procurar um oftalmologista. O uso de colírios, mesmo os lubrificantes, deve ser feito apenas com indicação médica.
Mais informações:https://www.pt.associacaofortunee.com a