Uma onda de mortes repentinas e devastadoras tem assolado o universo equino no Brasil, com um epicentro alarmante em Itu, no interior de São Paulo. Em uma única cocheira da cidade, mais de 13 cavalos sucumbiram nos últimos 20 dias, vítimas de uma substância química presente em uma ração que, segundo investigações preliminares e um ofício-circular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), está causando danos hepáticos e sistêmicos irreversíveis nos animais. A tragédia não se restringe a São Paulo, com relatos de casos semelhantes e mortes já confirmadas em estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais, acendendo um alerta nacional sobre a segurança da alimentação animal. A situação na Cocheira do Nenê, em de Itu, é dramática e desoladora. Dos mais de 60 cavalos que habitavam o local, 13 já perderam a vida em duas semanas. A cada dia, a contagem de vítimas aumenta, e o desespero toma conta dos criadores e tratadores. Atualmente, outros 20 animais estão gravemente doentes, lutando pela vida e recebendo tratamento intensivo com soro e medicação na tentativa de reverter o quadro e evitar que se juntem à lista de fatalidades. A velocidade com que a química avança pelo organismo do animal é assustadora: os cavalos afetados apresentam um rápido declínio de saúde e a morte pode ocorrer em apenas três dias após o início dos sintomas, que incluem falência do fígado e comprometimento generalizado do organismo.
O drama das famílias e a luta contra o tempo
A rotina de visita aos cavalos se transformou em um misto de esperança e angústia. Fábio de Sá Duarte, que é morador de Itu e acompanha de perto a situação de seu animal, Diamante, descreve as últimas duas semanas como desesperadoras. "Todos os dias visito o Diamante para estar perto dele, ver como se comporta, saber do veterinário como foram as últimas horas, e presencio a morte de animais e a dor de nossos amigos. É muito triste. Chego com a sensação de que pode ser o momento de despedida", relata Fábio. A dor de ver animais tão queridos sucumbindo e a incerteza sobre o futuro dos que ainda lutam é palpável. Fábio de Sá Duarte faz um apelo urgente: "Precisamos que o máximo de profissionais veterinários e pessoas que tenham um animal estejam informadas sobre essa situação e evitem que seus animais adoeçam".
O produto suspeito e o alerta do MAPA
A causa apontada para essa mortandade é a ração Forrage Horse, um produto destinado a equinos, fabricado pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda., cujo registro no MAPA é GO 001423-0 e CNPJ 17.316.559/0001-28. A gravidade da situação levou o próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a agir com urgência. Em 04 de junho de 2025, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) do MAPA emitiu o Ofício-Circular Nº 35/2025/CGI/DIPOA/SDA/MAPA, um documento de caráter "URGENTE" que visa alertar coordenadores de SIPOAs (Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal), servidores da fiscalização de alimentação animal, órgãos estaduais de saúde animal, câmaras setoriais e entidades representativas do setor, como ABINPET, SINDIRAÇÕES, ABRACHEWS, ABIAM, ASBRAM, ASSOCIQUIM, ABRIFAR, ALANAC e ABRA, além do Conselho Federal de Medicina Veterinária e seus regionais.
O ofício, assinado eletronicamente por Daniela Pieroti Ferreira, Coordenadora Geral de Inspeção, e Juliana Satie Becker de Carvalho Chino, Diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, torna pública a proibição cautelar da ração. Conforme o documento, a medida foi tomada:
A proibição abrange todas as datas de fabricação do produto Forrage Horse a partir de 08 de março de 2025, indicando que a contaminação pode ter afetado lotes produzidos a partir dessa data. O MAPA é categórico ao determinar que, caso os produtos sejam encontrados em fiscalizações, devem ser imediatamente apreendidos.
Essa determinação legal reforça a seriedade da ameaça que o produto representa para a saúde animal e a necessidade de uma ação imediata e coordenada em todo o território nacional.
A substância tóxica e o impacto generalizado
Embora o Ofício-Circular 35 não especifique a natureza exata do contaminante, as informações levantadas indicam que se trata de uma substância química altamente tóxica. Essa substância ataca diretamente o fígado dos animais, um órgão vital para a desintoxicação do organismo. Uma vez comprometido, o fígado não consegue mais desempenhar suas funções, levando a uma falência sistêmica que rapidamente se espalha por todo o corpo do animal, culminando na morte em um período extremamente curto. A rapidez com que os cavalos sucumbem – em apenas três dias – é um indicativo da potência e da letalidade do contaminante. Isso também dificulta a intervenção veterinária, pois o tempo para diagnóstico e tratamento eficaz é mínimo.
Implicações para o setor equino e próximos passos
A morte de cavalos, especialmente em grande número, representa um prejuízo incalculável para criadores, haras e proprietários. Além do valor financeiro dos animais, há o impacto emocional e a perda de linhagens genéticas valiosas, muitas vezes construídas ao longo de décadas. A confiança na indústria de alimentação animal também é abalada, gerando incerteza e preocupação entre os consumidores. Diante deste cenário, é fundamental que as autoridades intensifiquem a fiscalização e a rastreabilidade dos lotes da ração Forrage Horse. A comunicação transparente e constante com os criadores e veterinários é crucial para que todos estejam cientes dos riscos e saibam como proceder caso identifiquem o produto ou sintomas em seus animais. Este caso serve como um doloroso alerta sobre a importância da vigilância sanitária rigorosa e da qualidade dos insumos na cadeia produtiva de alimentos, seja para consumo humano ou animal. A saúde e o bem-estar dos animais dependem diretamente da segurança e da integridade dos produtos que consomem.
O drama das famílias e a luta contra o tempo
A rotina de visita aos cavalos se transformou em um misto de esperança e angústia. Fábio de Sá Duarte, que é morador de Itu e acompanha de perto a situação de seu animal, Diamante, descreve as últimas duas semanas como desesperadoras. "Todos os dias visito o Diamante para estar perto dele, ver como se comporta, saber do veterinário como foram as últimas horas, e presencio a morte de animais e a dor de nossos amigos. É muito triste. Chego com a sensação de que pode ser o momento de despedida", relata Fábio. A dor de ver animais tão queridos sucumbindo e a incerteza sobre o futuro dos que ainda lutam é palpável. Fábio de Sá Duarte faz um apelo urgente: "Precisamos que o máximo de profissionais veterinários e pessoas que tenham um animal estejam informadas sobre essa situação e evitem que seus animais adoeçam".
O produto suspeito e o alerta do MAPA
A causa apontada para essa mortandade é a ração Forrage Horse, um produto destinado a equinos, fabricado pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda., cujo registro no MAPA é GO 001423-0 e CNPJ 17.316.559/0001-28. A gravidade da situação levou o próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a agir com urgência. Em 04 de junho de 2025, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) do MAPA emitiu o Ofício-Circular Nº 35/2025/CGI/DIPOA/SDA/MAPA, um documento de caráter "URGENTE" que visa alertar coordenadores de SIPOAs (Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal), servidores da fiscalização de alimentação animal, órgãos estaduais de saúde animal, câmaras setoriais e entidades representativas do setor, como ABINPET, SINDIRAÇÕES, ABRACHEWS, ABIAM, ASBRAM, ASSOCIQUIM, ABRIFAR, ALANAC e ABRA, além do Conselho Federal de Medicina Veterinária e seus regionais.
O ofício, assinado eletronicamente por Daniela Pieroti Ferreira, Coordenadora Geral de Inspeção, e Juliana Satie Becker de Carvalho Chino, Diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, torna pública a proibição cautelar da ração. Conforme o documento, a medida foi tomada:
A proibição abrange todas as datas de fabricação do produto Forrage Horse a partir de 08 de março de 2025, indicando que a contaminação pode ter afetado lotes produzidos a partir dessa data. O MAPA é categórico ao determinar que, caso os produtos sejam encontrados em fiscalizações, devem ser imediatamente apreendidos.
Essa determinação legal reforça a seriedade da ameaça que o produto representa para a saúde animal e a necessidade de uma ação imediata e coordenada em todo o território nacional.
A substância tóxica e o impacto generalizado
Embora o Ofício-Circular 35 não especifique a natureza exata do contaminante, as informações levantadas indicam que se trata de uma substância química altamente tóxica. Essa substância ataca diretamente o fígado dos animais, um órgão vital para a desintoxicação do organismo. Uma vez comprometido, o fígado não consegue mais desempenhar suas funções, levando a uma falência sistêmica que rapidamente se espalha por todo o corpo do animal, culminando na morte em um período extremamente curto. A rapidez com que os cavalos sucumbem – em apenas três dias – é um indicativo da potência e da letalidade do contaminante. Isso também dificulta a intervenção veterinária, pois o tempo para diagnóstico e tratamento eficaz é mínimo.
Implicações para o setor equino e próximos passos
A morte de cavalos, especialmente em grande número, representa um prejuízo incalculável para criadores, haras e proprietários. Além do valor financeiro dos animais, há o impacto emocional e a perda de linhagens genéticas valiosas, muitas vezes construídas ao longo de décadas. A confiança na indústria de alimentação animal também é abalada, gerando incerteza e preocupação entre os consumidores. Diante deste cenário, é fundamental que as autoridades intensifiquem a fiscalização e a rastreabilidade dos lotes da ração Forrage Horse. A comunicação transparente e constante com os criadores e veterinários é crucial para que todos estejam cientes dos riscos e saibam como proceder caso identifiquem o produto ou sintomas em seus animais. Este caso serve como um doloroso alerta sobre a importância da vigilância sanitária rigorosa e da qualidade dos insumos na cadeia produtiva de alimentos, seja para consumo humano ou animal. A saúde e o bem-estar dos animais dependem diretamente da segurança e da integridade dos produtos que consomem.
