
DODÔ parte de experimentações cênicas baseadas na obra de Samuel Beckett, especialmente em sua abordagem da linguagem, do silêncio e do absurdo. A peça não segue uma narrativa linear e se organiza como um inventário de memórias inventadas, pausas, ruídos e afetos.
Criado por pessoas com afasia, condição neurológica que compromete a linguagem, o espetáculo explora improvisações, fragmentos de fala, silêncios e movimentos, propondo uma poética do intervalo, da escuta e da presença. O nome “DODÔ” surgiu espontaneamente nos ensaios, em referência à sonoridade de “Esperando Godot”, texto clássico de Beckett.
A direção é de Elisa Band, com codireção de Nicolas Wahba, que também assina a dramaturgia ao lado da diretora. A produção executiva é de Cláudia Niemayer e Cassia Navarro, com coordenação de Igor Armucho. A equipe conta ainda com fonoaudiólogos, psicóloga, figurinista, técnico de som, iluminador e designer gráfico.
O QUE É AFASIA?
Afasia é um déficit geral da linguagem decorrente de uma lesão no hemisfério esquerdo do cérebro. As causas mais comuns de afasia são: AVCs (acidentes vasculares cerebrais, como derrames e isquemias), traumatismos (decorrentes de acidentes automobilísticos, armas de fogo, quedas graves, entre outros) e tumores cerebrais. A afasia pode se manifestar por distúrbios na capacidade de compreender ou expressar a linguagem — ou ambas. O comprometimento da comunicação pode ser leve, moderado ou severo, a depender da extensão e da localização da lesão cerebral.