De 1º de julho a 30 de agosto de 2025, o MACC — Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba apresenta a exposição “José Moraes, o artista e seu ateliê”, reunindo 30 obras do pintor, escultor, gravador e ilustrador que soube transformar o cotidiano em cenas atemporais. O artista, conhecido por seu estilo figurativo e pela afinidade com nomes como Portinari, Segall e Cézanne, ganha uma retrospectiva que destaca a relação entre sua produção e o ambiente que o inspirava.
Um mestre entre a tradição e a ruptura
José Moraes participou ativamente do momento em que o modernismo brasileiro começava a questionar os salões acadêmicos. Em 1931, integrou o “Salão Revolucionário”, exposição organizada por nomes como Anita Malfatti, Cândido Portinari e Lúcio Costa. A partir daí, fez parte do Grupo os Dissidentes, ao lado de Alfredo Ceschiatti e Roberto Burle Marx, entre outros, colocando-se contra o academicismo. Premiado quatro vezes nos anos 1940, Moraes construiu uma carreira que dialogou com as vanguardas, a exemplo da histórica mostra de Arte Moderna de 1944, em Belo Horizonte.
A exposição e o ateliê
A mostra, com curadoria de Enock Sacramento, centra-se no último ateliê do artista, situado nos fundos da casa da Rua Capote Valente, em São Paulo — demolido recentemente para dar lugar a um novo empreendimento. O espaço, que abrigava a intimidade criativa de Moraes e a presença constante da esposa Genny e da filha Gianna, inspirou uma série de paisagens e cenas cotidianas que compõem o coração desta exposição.
Entre as obras, destaque para “Paisagem do Sumaré”, que inclui a visão externa do ateliê, além de outros quadros que recriam o mobiliário, os instrumentos e a própria atmosfera do lugar. Também estarão em exibição materiais que pertenceram ao artista, como seu cavalete, pincéis, catálogos e outros documentos.