O artista carioca Allan Weber apresenta no De La Warr Pavilion a itinerância, a partir do Nottingham Contemporary, da sua primeira exposição individual em uma instituição. Trabalhando com uma variedade de mídias, incluindo fotografia, assemblagem, escultura, objeto e instalação, a prática de Weber está profundamente enraizada nas realidades que o rodeiam. Seu trabalho abraça a ambiguidade, o caos e a violência da vida urbana, encarando as ruas como um tecido de conexões e ressignificando objetos mundanos por meio de uma poética afiada e do comentário social. Ao trazer materiais carregados de história para o espaço expositivo, Weber abre uma janela para as realidades que experimenta e imagina.
My Order reúne os interesses de Weber em representar material e visualmente a sua vida e a comunidade Cinco Bocas, favela situada no norte do Rio de Janeiro, juntamente a novas obras comissionadas, produzidas no contexto da residência que realizou na Inglaterra com o apoio do Nottingham Contemporary e do De La Warr Pavilion em outubro de 2024. O título da exposição agrega múltiplas referências, aludindo tanto ao período em que Weber trabalhou como entregador de comida, levando pedidos [orders] aos clientes, quanto às formas artísticas e sociais que desenvolveu para viver e trabalhar no contexto de uma favela que tem as suas próprias leis, além de também aludir à influência neopentecostal e aos ensinamentos da Bíblia na sua educação.
A prática de Weber reflete as dinâmicas sociais de sua comunidade, empregando motivos e códigos que moldam o seu mundo. Em 2020, ele fundou a Galeria 5 Bocas, uma antiga barbearia que foi transformada em galeria de arte, e um clube de futebol homônimo, como forma de apoiar artistas locais e inspirar a juventude por meio da arte e do futebol.
No De La Warr Pavilion, Weber apresentará uma instalação escultórica e fotográfica site-specific na galeria do andar térreo. A exposição aprofunda sua prática social como artista, interessando-se pela forma como as economias globais baseiam-se no trabalho invisível e na circulação de bens. Em diálogo com a forma como a arquitetura da galeria se conecta com o espaço externo, com paredes em grande parte contendo janelas voltadas para o mar, as obras de Weber serão instaladas em diálogo com os movimentos e atividades dos transeuntes ao longo dos meses de verão na Inglaterra.
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