
Explorando as possibilidades do abstracionismo lírico, suas obras dissolvem as fronteiras entre o físico e o etéreo. O gesto pictórico da artista não busca fixar um instante, mas capturar uma energia em constante transformação, onde formas e cores se desintegram e se reorganizam, refletindo a impermanência da realidade. Cada pintura se apresenta como um organismo vivo em movimento — um processo aberto de múltiplas leituras.
“A ideia de animismo, enquanto crença de que todos os elementos do mundo têm alma, conversa muito com o movimento que exploro no meu trabalho. O animismo transparece como motor, como força viva pictórica”, afirma Melzer sobre o processo criativo da mostra.
O termo que dá título à exposição se manifesta como uma presença vibrante em cada tela. As cores, os gestos e os espaços entre formas atuam como intermediários entre o mundo sensível e o invisível, oferecendo ao espectador uma experiência estética que transcende a matéria e ativa os sentidos. “Animismo” não é apenas um conceito metafórico — é uma realidade vivida na relação com a obra.